Prémio D. Dinis, atribuído por um júri constituído por Vasco Graça Moura, Nuno Júdice e Fernando Pinto do Amaral, ao seu livro EPIFANIAS, editado em 2006.
O prémio será entregue em sessão solene, no dia 14 de Setembro de 2007, em sessão presidida pelo Presidente da República.
FERNANDO ECHEVARRÍA
Poeta, nascido em Cabezon de la Sal (Santander, Espanha), em 1929.Veio para Portugal aos dois anos, regressando mais tarde a Espanha, onde estudou Filosofia e Teologia. Regressa a Portugal em 1953, e vive a partir de 1961 exilado em Paris e Argel. Regressa a Paris em 1966, aí passando a residir com permanência, dedicando-se à actividade do ensino; actualmente faz demoradas estadas no nosso país.
A sua poesia começa a afirmar-se nos finais dos anos 50 e é marcada inicialmente por uma certa propensão barroca, a que uma grande concentração de imagens e metáforas dará uma especial consistência. Depois - sem que esta primeira característica desapareça totalmente - a sua poesia tende para o que será a rarefacção elíptica, o isolamento vocabular, a compressão e a suspensão. Quanto a este aspecto antecipa, pelo modo como uma maior discursividade é recusada, uma certa tendência da nossa poesia da década de 60. Mas é noutra direcção que a obra poética de Fernando Echevarría se orienta: o sentido muito especial de abstracção que há nos seus poemas não colide com uma intensificação simbólica, muitas vezes derivada de uma retícula de ordem ambiguamente filosófica que lhes é sobreposta e que os títulos de alguns dos seus livros apontam ou sugerem.
A atenção prestada aos diversos aspectos da realidade - frutos, árvores, utensílios, etc. - pressupõe que a poesia é também um original exercício de conhecimento que se traduz numa mais funda "independência de se estar a ser". Outra característica marcante desta poesia está na circunstância de tender a constituir-se em torno de uma unidade, cujo limite seria a própria presença do livro entendido como uma realidade abstractamente integrativa, o que, inclusivamente, se pode revelar na própria forma como reorganizou e ordenou as suas primeiras obras em Poesias: 1956-1979 (1989). Nos anos cinquenta colaborou em revistas como Graal.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998
BIBLIOGRAFIA ACTIVA
Entre Dois Anjos (Poesia), 1956
Tréguas para o Amor (Poesia), 1958
Sobre as Horas (Poesia), 1963
Ritmo Real (Poesia), 1971
A Base e o Timbre (Poesia), 1974
Media Vita (Poesia), 1979
Introdução à Filosofia (Poesia), 1981
Fenomenologia (Poesia), 1984
Figuras (Poesia), 1984 ; 1987
Poesia: 1956-1979 (Poesia), 1989
Livro, poema com texto impresso em serigrafia no Atelier 87 em Paris e com 8 litografias de Jorge de Sousa executadas pelo mesmo à mão. edição de 40 ex. em vélin de rives bfk (Poesia), 1991
Sobre os Mortos (Poesia), 1991
Poesia: 1980-1984 (Poesia), 1993
Uso de Penumbra (Poesia), 1995
Geórgicas (Poesia), 1998
Poesia: 1959-1980 (Poesia), 2000
Poesia: 1987-1991 (Poesia), 2001
Epifanias (Poesia), 2006
Obra inacabada (Poesia), 2006