14.7.13

CADA MINUTO






Cada minuto à tua beira
me recompensa da sorte azeda,
da chuva pesada, do frio nos ossos.
Cada minuto à tua beira
é todo o tempo à beira-mar.

Longe de ti recordo ainda
cada minuto à tua beira
e enlouquecido bebo a noite
cada minuto à tua beira,

tu que te chamas guitarra, poço,
brancura de lençol, brisa, domingo,

tu que me dás serenamente
(a mim que sempre o espero doidamente)
cada minuto à tua beira.


in: CUIDAR DOS VIVOS, Fernando Assis Pacheco
Foto: J Moedas Duarte, Foz do Lizandro, a sul da Ericeira

3 comentários:

lis disse...

Os poemas tem a dimensão do que sentimos ao lermos.
Alguns nos tomam inteira.
Gosto da brisa dos domingos vivida em minutos assim doidamente.


Joaquim Moedas Duarte disse...

"Brisa dos domingos, assim vivida..."
Exactamente, Lis!
BJ

lis disse...

A foto é maravilhosa!
Um bom fotógrafo voce!
abraço