Cada minuto à tua beira
me recompensa da sorte azeda,
da chuva pesada, do frio nos ossos.
Cada minuto à tua beira
é todo o tempo à beira-mar.
Longe de ti recordo ainda
cada minuto à tua beira
e enlouquecido bebo a noite
cada minuto à tua beira,
tu que te chamas guitarra, poço,
brancura de lençol, brisa, domingo,
tu que me dás serenamente
(a mim que sempre o espero doidamente)
cada minuto à tua beira.
in: CUIDAR DOS VIVOS, Fernando Assis Pacheco
Foto: J Moedas Duarte, Foz do Lizandro, a sul da Ericeira
3 comentários:
Os poemas tem a dimensão do que sentimos ao lermos.
Alguns nos tomam inteira.
Gosto da brisa dos domingos vivida em minutos assim doidamente.
"Brisa dos domingos, assim vivida..."
Exactamente, Lis!
BJ
A foto é maravilhosa!
Um bom fotógrafo voce!
abraço
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