27.5.11

CAFÉ COM FILMES - Uma história de infância



Hoje era o dia de "CRIANÇAS INVISÍVEIS", coletânea de sete curtas-metragens de sete realizadores.
"Mas as crianças, senhor/ Porque lhes dás tanta dor..."


Antes houve o desafio de uma canção. Dois jovens, uma curta história e uma viola em toque elementar.
No fim a deixa, olhando para mim: "O senhor... sim, o senhor: conte-nos uma história da sua infância..."

Entupi. Mas recompus-me, com a recordação daquela história que ficou sepultada lá para trás e voltou hoje à vida, inesperadamente. Contei:

Teria cinco ou seis anos, sei que ainda não andava na escola. Gostava de remexer em gavetas, por baixo da roupa encontrava quase sempre coisas inesperadas. Naquele dia encontrei um pedaço de papel colorido, com uma textura desconhecida. Brilhante, cheio de imagens e números, pintado dos dois lados. Guardei-o no bolso, saí do quarto em bicos de pés e fui à procura de um lugar seguro para guardar aquele papelinho maravilhoso. Numa das paredes do quintal, num sítio esconso, havia um buraco no tijolo. O papelinho lá ficou, muito enrolado.

Dois ou três dias depois não percebi o rebuliço que se levantou lá em casa. Alguma coisa importante tinha desaparecido. Os adultos, numa inquietação desusada, interrogavam-se mutuamente, num crescendo de desespero. Até que alguém se lembrou de me perguntar se eu tinha visto uma nota de 500$00?
Um papelinho às cores dos dois lados?
Sim, era uma nota, era dinheiro, era muito dinheiro.

Tive de revelar o sítio do meu tesouro sem perceber onde estava a gravidade da minha maldade. Não me bateram mas ainda hoje sinto a injustiça dos ralhos violentos que se repetiram ao longo de muitos dias.

Como é que eu hoje me fui lembrar disto?

3 comentários:

♥ κєκєl ♥ disse...

Bom dia...

Passando para convidá-los a conhecer um novo blog que tem como objetivo expandir a Língua de Sinais (LIBRAS).

Nossa escola é pólo em atendimento a alunos surdos e desenvolvemos um projeto inclusivo. Ficaremos imensamente felizes com sua visita.

O endereço é:

http://eeblmlibras.blogspot.com/

Abraços fraternos

Unknown disse...

Méon!!!!

Que susto tremendo!!!!!
Olha se tivesses feito a dita em pedacinhos??????

Mas é verdade, sim!!!! Os miúdos adoram remexer em gavetas!!!! Oh se adoram! E também é verdade que se descobre cada coisa!!!!! E o cheirinho das roupas guardadas??? E o amarelecido dos papéis????
Era uma AVENTURA!!!!!!

Beijinho.

lis disse...

Oi Méon
que traquinice gostosa! rsrs
pior é quando voce se dá conta que junto com o papel amassado e recortado daqueles velhos "guardados"
lá se foi pro lixo uma coleção de notas antigas super valiosas! rs
e essas nao tem como desenterrar! rs
não é que o Méon me fez lembrar disso agora? rs
ah a infância , época radiosa!
muito bom texto, um doce momento de leitura.
meus abraços