Posso dar-lhe os PARABÉNS?
Bem sei que já cá não está o seu espírito traquina e labiríntico. Resta a pobre carcaça do corpinho velho, decrépito. Mas permanece a obra enorme que nos legou.
Obrigado, Agustina!
«Povo.
Um povo faz-se com muitas
lágrimas; elas são a experiência dos seus erros e a espécie de sabedoria que se
acumula sem ser nos livros. Um povo não é um poema épico, nem um homem, nem
mesmo uma forma de poder. É uma súplica melancólica através dos tempos, e que
custa muito esforço; uma súplica digna de respeito porque se dirige, não à
internacionalização da vida, não aos planos de exportação e de produção, mas a
um imperativo que ponha fim ao egoísmo de todos. Um povo não verte lágrimas
pacíficas; elas são sempre revoltadas. E inútil dizer-lhe que pode negociar
melhor se se converter em massa humana; um povo tem uma personalidade mítica
que é indiferente à natureza das massas.»
Agustina Bessa-Luís - DICIONÁRIO IMPERFEITO, Guimarães Editores, Lisboa, 2008Para conhecer Agustina: documentário NASCI ADULTA, MORREREI CRIANÇA. Aqui:
http://vimeo.com/50423905
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