Na imprensa regional de Torres Vedras têm aparecido, desde há mais de um ano, denúncias diversas sobre aspectos negativos de actuação da Câmara Municipal.
Deixando de lado as queixas mal formuladas ou mal fundamentadas, recordo-me de outras que faziam pensar. Denúncias sérias, bem apresentadas, a exigir resposta cabal.
Qual a reacção da nossa Câmara? O silêncio.
A ideia subjacente é esta: «deixá-los falar que eles calarão-se-ão-se!!»- como dizia o Zé da Balbina . A nossa Câmara espera, assim, que a opinião pública esqueça rapidamente as denúncias.
Isto parece uma atitude inteligente, mas não é. Porque se aparenta demasiado com desprezo pelos cidadãos. Porque se confunde com sobranceria, arrogância. Porque parece dar razão à célebre frase que diz: « O poder corrompe; e o poder absoluto corrompe absolutamente!»
A nossa Câmara Municipal, do PS, tem uma maioria absoluta. E sabe-se como essa realidade pode ser perversa. Todos os partidos com poder absoluto têm reacções idênticas. As Câmaras CDU no Alentejo fazem o mesmo, os PSD no norte idem. E veja-se o caso extremo da Madeira.
Não se trata de atacar ninguém: a questão é de princípio democrático. E o PS que, com razão, foi o grande garante da democracia nos pós 25 de Abril, não pode esquecer isto e comportar-se como os outros. Quando os partidos se tornam barricadas de interesses particulares o caminho fica aberto aos ditadores.
Voltando ao Zé da Balbina. A quem se calava quando devia falar ele rosnava entre dentes: «parece que são Mulas !!!»
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