6.4.12
FERNANDO JORGE FABIÃO
Encontrámo-nos há dias numa tertúlia no centro histórico de Torres Vedras.
Fernando J F faz-me recordar um velho amigo que nunca me deixava vir de casa dele sem me oferecer laranjas ou ameixas, ou melão... conforme a época.
Obrigado por mais esta dádiva, caro amigo! Os teus poemas têm o sabor dos frutos.
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A LINGUAGEM É UMA PELE
Aprendemos a vocação das aves
porque nem sempre voar é assunto de ave
as coisas mudam de cada vez que olhamos
para elas
basta alguém querer regressar à inocência
a essa parte intocável do texto
para que outro olor outro alvoroço
ilumine o olhar.
Escrevemos na parede interior dos pulsos
a linguagem é uma pele.
* * *
FOI COM AS MÃOS QUE VI
É na pele que o pensamento
inscreve a íntima caligrafia
e rejubila ante o inaudito de um nome
é nela que se refletem os espelhos
e o mar acede às minas do corpo
todo o meu cantar fala do deflagar do branco
no mapa da pele
foi com as mãos que vi
foi com elas que desatei a sombra
e resguardei a casa.
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1 comentário:
Sempre a cheirar a Poesia acabada de colher...
Beijinho.
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