Foto J Moedas Duarte, Castelo de Vide, 2012
CROMO
Esta janela dá
para coisa nenhuma.
Não é janela, é vago
orifício na bruma.
Orifício por onde
se alicerça de espuma
a líquida vereda
que vai a parte alguma.
E onde aflora a paisagem
certa voz matutina,
que se quebra de espanto
feita coisa, dor fina.
E como dor resvala
e, dócil, se insinua
entre a camisa leve
e a pele do Poeta, nua.
Pátria, Lugar de Exílio,
Ed. Presença
Vila da Feira, 1974
Sem comentários:
Enviar um comentário