
Candidato ao Nobel da literatura, quase 50 anos de vida literária e perto de uma centena de livros publicados. É o maior poeta português vivo, na opinião de muitos críticos. «Estou Vivo e Escrevo Sol» expressa a essência da sua arte poética: a vida humana é uma partícula do universo e ao poeta cabe procurar na linguagem a forma artística de o dizer.
O APARATO SILENCIOSO DAS COISAS
As coisas surgem vivas
obscuras nuas secas e marinhas
mar e som desveladas
são paredes redondas
e palmas e jarros no silêncio vivos jorros
surdas surdas mar silêncio
teclas quase pungentes brancas na memória
mais que serenas temperadas
trémulas imóveis altas impenetráveis rudes
presenças intocáveis sem espanto assombro puro
ó terra modelada a pão e vinho ó gérmenes
de água
o sol é fibra e fome alimento do olhar
feliz repouso apaixonada mão contida
e o espaço que limpais
respira ó profundas
teclas
temperadas trémulas
Entre múltiplas distinções:Prémio Pessoa 1988; Grande Prémio de Poesia da AssociaçãoPortuguesa de Escritores 2006.
António Ramos Rosa será o autor do LUGAR ONDE de Abril - dia 20 - no BADALADAS ( semanário de Torres Vedras)
2 comentários:
EXCELENTE!
Ainda bem que gostas!
A "arca" poética de Portugal é uma mina inesgotável, dá gosto escavar, estamos sempre a encontrar pepitas...
Este António Ramos Rosa é um mundo. Só agora me dou verdadeiramente conta. Tem ensaios magníficos sobre o que é a poesia. E tem dezenas de títulos de poesia.
O mais emblemático, de facto, é o célebre: ESTOU VIVO E ESCREVO SOL.
Deslumbrante!!!
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