A VELHA ENXADA
Foi-te cair nas mãos a velha enxada,
De teus avós herança que ficou,
E que, por falta de uso, enferrujou,
Posta de canto, só e abandonada.
Na terra, agora inculta, onde cavou,
Muita flor viu abrir, numa alvorada,
E de pão viu sair muita fornada,
Das espigas que o Sol a rir dourou...
Mas tu, que por acaso a encontraste,
Sem teres contido o espanto que mostraste,
Nem bem saberes por onde lhe pegar,
Não vás pô-la de novo no seu canto!
Tira-a do chão, como se fosse um santo,
E põe-na, com respeito, num altar...
Foi-te cair nas mãos a velha enxada,
De teus avós herança que ficou,
E que, por falta de uso, enferrujou,
Posta de canto, só e abandonada.
Na terra, agora inculta, onde cavou,
Muita flor viu abrir, numa alvorada,
E de pão viu sair muita fornada,
Das espigas que o Sol a rir dourou...
Mas tu, que por acaso a encontraste,
Sem teres contido o espanto que mostraste,
Nem bem saberes por onde lhe pegar,
Não vás pô-la de novo no seu canto!
Tira-a do chão, como se fosse um santo,
E põe-na, com respeito, num altar...
(Jaime Umbelino, Musa Antiga)
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