16.6.07

António José Forte




António José Forte:Póvoa de Santa Iria, 6 de Fevereiro de 1931 - Lisboa, 15 de Dezembro de 1988. Ligado ao movimento surrealista, integrou, desde o seu início, em meados da década de 50 do século passado, o chamado grupo do Café Gelo. Foi funcionário da Fundação Calouste Gulbenkian, onde, durante mais de vinte anos desempenhou as funções de encarregado das Bibliotecas Itinerantes.

POEMA

Alguma coisa onde tu parada
fosses depois das lágrimas uma ilha
e eu chegasse para dizer-te adeus
de repente na curva duma estrada

alguma coisa onde a tua mão
escrevesse cartas para chover
e eu partisse a fumar
e o fumo fosse para se ler

alguma coisa onde tu ao norte
beijasses nos olhos os navios
e eu rasgasse o teu retrato
para vê-lo passar na direcção dos rios

alguma coisa onde tu corresses
numa rua com portas para o mar
e eu morresse
para ouvir-te sonhar


(A. J. Forte)

6 comentários:

avelaneiraflorida disse...

Poema LINDISSIMO!
Não conhecia de todo!!!!

Uma DESCOBERTA mais...

Joaquim Moedas Duarte disse...

Talvez me possas ajudar, Avelã: este poema não é cantado pelo Vitorino? Mais um desafio...
Bom dia!

avelaneiraflorida disse...

Vitorino?????
Não tenho a certeza, mas creio que não!!! Pelo menos, de momento...
"Bora lá" ...ao desafio!

avelaneiraflorida disse...

descoberto!!!!

Tinhas TODA a razão!!!! basta ver "Leitaria Garrett" e "As Mais bonitas"...
"brigados"!!!!

Anónimo disse...

Também te agradeço.
Foi bom teres descoberto, havemos de ouvir.

Mónica disse...

povoa de sta iria e havia tanto para dizer sobre a povoa de sta iria :-)))