Árvores do Alentejo
Horas mortas... Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a benção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
Florbela Espanca
3 comentários:
Curiosíssima sobre qual vai ser a seleccçao....
Como já deves ter reparado, o meu critério tem sido: dar a conhecer e permitir re-conhecer. Isto é: pôr em letra textos já conhecidos mas que a maioria dos leitores do BADALADAS não lê há muito ( é o re-conhecer); e publicar outros menos conhecidos ( dar a conhecer...)
Conseguirei este desideratum? ( mais uma à M. P., nosso querido amigo latinista-às-vezes-um-bocado-seca-com-o-latim...)
OK! Então eu vou fazer uma lista "paralela"...
Mas não "em latim"!!!!Cruzes!!!!
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